Esta manhã
quando abri a
porta
já o jardim
celebrava a tua beleza
As camélias esperavam
ainda por ti
recortando as
melhores pétalas
e procurando
felizes a melhor cor
As rosas aveludavam
a sua forma brilhante
e carinhosamente
perfumavam o caminho
onde esperavam encontrar-te
Para te ver
as intensas azáleas
alinhavam-se
inquietas nos limites da calçada
ansiosa pela
leveza dos teus passos
As árvores
ávidas de Sol e
de altura
inclinavam-se
para te tocar
e aprender a
medida da beleza e da vida
Os tenros
rebentos
surgiam espantados
com a luz
agarrados ainda
ao materno ramo
que lhes
segredava o teu nome
Chegaste pouco
depois
e perguntaste-me
o que procurava no jardim
Respondi-te
que tentava
entender
a tua inefável intimidade
com a beleza das
flores
e os segredos do
jardim
que se alimenta
do teu sorriso