Era uma vez uma rainha bela e
brilhante.
Caminhava serenamente,
fixando o olhar no infinito,
desenhando um sorriso meigo e
confiante.
Não levava manto nem coroa,
apenas uma flor
que, pétala a pétala,
aveludava o caminho de quem a
seguia,
oferecendo a cor arrebatadora,
a forma admirável,
o perfume inquietante.
Era uma vez uma rainha bela e
brilhante.
Falava decidida palavras despidas,
não as conhecia figuradas,
mascaradas, disjuntivas…
Descia do trono da simpatia,
abraçando a diferença,
com sábia e prudente ingenuidade.
E da vontade inquebrável,
Das lágrimas felizes nasceram novos
rebentos
daquela flor aveludada,
fascinados
pelo Sol que os acarinhava.
Era uma vez uma rainha bela e
brilhante.
No seu colo era o reino.
Nas mãos as portas de entrada,
Nos olhos as torres de vigia
Onde o sonho conquistava o
horizonte.