O Mateus estava na sala e fingia uma distração qualquer - os olhos presos no ecrã, os ouvidos agarrados à conversa dos pais. - Eu não concordo! O mundo que nós conhecemos acabou!? Que ridículo! – protestava o pai. - De certa forma, o texto faz sentido. - Desde quando é que o teu mundo na adolescência, por exemplo, era o mundo idealizado pelos teus pais? É uma posição extremada para causar polémica. - Não te esqueças de que o artigo termina de forma positiva. Afirma-se que as crianças estão hoje melhores e que o mundo pode renascer… - Sim, de acordo. Mas o título! O Mateus resolveu intervir. - Mãe, posso fazer uma pergunta? Os pais trocaram olhares e um sorriso apoderou-se dos lábios. Aquele rapaz nunca fazia uma pergunta sem antes lhe preparar o caminho! O silêncio foi o sinal afirmativo. - Desculpa, pai, disseste h