- Pai, hoje, vais escrever uma história sobre o Pandinha, a Joaninha, o Unicórnio e o Passarinho! - Vou?! O convite da menina trazia escondida a certeza da resposta e, por isso, não esperou o tempo suficiente para que o pai encontrasse um obstáculo qualquer. Um daqueles aborrecidos que sempre impedem o sonho e que nos amarram ao presente descolorido. Ficaram aquelas criaturas, carinhosamente embrulhadas no nome dado, à espera de uma oportunidade. A menina apresentara-as daquela maneira, recortadas, pedaços da história onde as tinha encontrado, abandonadas junto à vontade do pai. O Pandinha, a Joaninha, o Unicórnio, o Passarinho! Quem as escuta? Quem as recolhe, assim, cruéis, desfeitas, nas suas conchas puras? Que acaso as uniu, assim, vestidas de pequenez aveludada? O Pandinha esperava pacientemente pela folha escondida no rebento que despontava no poderoso tronco. Um pouco mais acima, uma Joaninha pousou e aí ficou. Nem as antenas se moviam