- Temos mesmo de ler isso?! Do espanto do ouvinte o rapaz traduziu a resposta que julgou inconveniente. - Mas para que serve se não vou fazer exame? Em tempos, afastados tempos no tempo, houve quem riscasse no chão as linhas que o desalento tecia perante o cruel e iminente apedrejamento. Também agora, sentado na cadeira, agarrando aquelas palavras que a distância tornava ainda mais duras, o ouvinte desenhava pequenos círculos no ambiente de trabalho, cercas onde parecia estar encurralado. Ganhava tempo, procurava as palavras que melhor contrariassem aquela ingratidão. Levantou-se e voltou segundos depois, trazendo numa das mãos um pedaço de madeira, o que restava de um tronco cortado à medida. - Para que serve isto? – perguntou, levantando o toro para que todos pudessem ver do outro lado. Silêncio! Alguns ligaram as câmaras, saindo da escuridão, como se para ver fosse necessário ser visto. - Para que serve isto? – insistiu. O rapaz que tinha apontado as palavras co