Acabada a reunião dirigiram-se para o carro. Traziam ainda a melodia agarrada à memória. Às vezes, certos sons passeiam-se nos nossos pensamentos como uma música de fundo que tinha ficado parada durante algum tempo. Daí a pouco, o Mateus olhava pela janela, sustentando o queixo e o pensamento com a mão. Os olhos já tinham abandonado o caminho de regresso a casa, para não interromperem as perguntas que se formavam e preparavam para chegar à costa como a onda que deseja abraçar a areia onde carinhosamente se desenrola. - Tu tens confiança, mãe? - Claro – respondeu prontamente. - Tens confiança em quem? - Em ti, nos teus irmãos, no pai, em mim. Acredito nas tuas qualidades, nos teus sonhos. - Então confiança é o mesmo que esperança? - Parecem-me irmãs – interveio o pai. O Mateus fez uma careta e encolheu os ombros. Lá estava o pai com jogos de palavras! - Então quem são os pais? – desafiou, sorrindo, a Clara. - A confiança e a esperança estão em ti, nascem e perm