O Mateus estava deitado no sofá. Tinha os olhos brilhantes, dores de cabeça e um dente que se despedia dos outros, suspenso na frágil gengiva, que o rapaz constantemente verificava com a língua. - Pai, podes ver se tenho febre? - Deixa ver… vou buscar o termómetro. Daí a pouco, o aparelho sugeriu algum cuidado. - Espera, vou falar com a mãe. Acho que precisas de tomar um remédio para baixar a febre. - Remédio?! - Medicamento. - Não quero nada disso! O pai não respondeu ao protesto. Voltou daí a pouco com um frasco conhecido e uma colher apontada à boca do rapaz. - Água, quero água – suplicou, na tentativa de contrariar o sabor que lhe invadia a boca. Passada a tormenta, voltou a deitar-se. Fechou os olhos, mas deixou escapar um ligeiro sorriso que o pai interpretou imediatamente. - Acho que já estás a ficar melhor! - Pai, já escreveste a história sobre a árvore de Natal? Tu prometeste! Uma história sobre a árvore de Natal… Não, ainda não. As palavras fu