Branca e presumida vivia em constante sobressalto. Ficava horas e horas no suporte elástico mais alto do estojo aberto sobre a mesa. Dali observava o trabalho do Pedro que, naquele dia, alinhava números e sinais numa cadeia interminável que era sempre igual a qualquer coisa, de preferência, a um número. Que maçada! Quando o rapaz comparou o resultado obtido com o do João que, ao seu lado, percorria o mesmo caminho, ela deixou de respirar. Rub ficou ainda mais branca, quando percebeu que uma das respostas estava errada. Ups! Nem quis saber qual era! Refugiou-se imediatamente na parte inferior do estojo, junto das minas zero ponto cinco e dos lápis partidos. Havia por ali restos de aparas e papéis que guardavam sorrisos envergonhados, suspiros indecifráveis. Sabia que o rapaz não a procuraria naquele lugar. - João, empresta-me a borracha. Livra! A vizinha entrava mais uma vez ao serviço. Chamava-lhe esforçada e consumida, vizinha consumida, nunca uma Rub como ela! Que maravil