- Um, dois, três, macaquinho do chinês! Um, dois, três, macaquinho do chinês! Para trás, mexeste-te! Um, dois, três, macaquinho do chinês! O sorriso não cabia na sala, invadia todos os espaços da casa, renovando-os a cada gargalhada que o acompanhava. As folhas das plantas, que procuravam a luz, baloiçavam com aquela brisa feliz que as tocava, tornando-as mais brilhantes. - Um, dois, três, macaquinho do chinês! Pai, para trás, mexeste a perna! - Continuem, vou à cozinha, já volto. - Pai, tu gostas de ser adulto? Aquela pergunta disparada à queima-roupa e pelas costas nada tinha de traiçoeira. O pai, quando se voltou, encontrou nos olhos do Mateus um brilho feliz, agradecido. - Vou à cozinha e já volto. - Pai, tu gostas de ser adulto? A pergunta era séria. A repetição intensificava a ausência de resposta e a certeza da dúvida do rapaz.