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A mostrar mensagens de agosto, 2024

O amor é que nunca vem só

      O Mateus estava sentado no sofá ao lado das irmãs, a Clara e a Teresa. A Inês não estava, tinha saído para trabalhar.      A televisão permanecia ligada, mantendo a esperança de que algum deles por momentos a fixasse. Passeava cada um no seu telemóvel, ao sabor das imagens e dos vídeos que julgavam ser da sua escolha. O pai e a mãe também faziam o mesmo exercício, procurando, nas aplicações dedicadas, as conversas mais ou menos interessantes, as últimas publicações dos amigos mais ou menos conhecidos, os produtos mais ou menos úteis, mais ou menos usados.      E assim permaneciam numa proximidade ausente.      O pai foi o primeiro a levantar os olhos para reparar naquele cenário. Repentinamente ocorreu-lhe uma ideia talvez inoportuna, pelo menos inesperada, a que se agarrou por momentos: consciência coletiva. Nem mais. Era como uma pedrinha no sapato quando caminhamos em tempo de férias.       Ali, na casa onde passavam alguns dias, tinham acesso apenas a meia dúzia de canais. Um