Caminhou em direção ao rapaz, enquanto se lembrava daquela imagem que durante vários dias se tinha apoderado do seu pensamento. Sempre que havia um intervalo, uma nesga de espaço e de tempo, era para aí que teimosamente ele se deslocava. Uma secretária, um funcionário cinzento, sentado, encerrado nos seus gestos ensaiados e repetidos, agarrado às palavras cansadas que articulava morosamente, palavras engaço, relíquia do que foram. À sua frente, alinhados, animais vários. Orgulhosamente chegados dos três elementos e assim dotados para as circunstâncias onde se formataram. Ouviam, parece que ouviam, a apresentação da tarefa. Em cada rosto, uma amálgama de alegria, espanto e desilusão. Assim, por esta ordem … Parece que ouviam. O estimado senhor, do alto da sua calvície, não dava conta de que os animais à sua frente dispostos não entendiam os sons, não os descodificavam, eram os significantes desprovidos de significado. Terá sido por isso que nenhum deles subiu à robusta árvore que se