- Bom dia! O rapaz entrou na sala com a lentidão de quem tem de apanhar o autocarro que nos leva de volta no fim das férias que nunca queremos terminar. Colocou a mochila em cima da mesa e sentou-se. O professor observou discretamente estes movimentos e reparou que os olhos dele ainda não tinham chegado. Percorriam ainda as felizes paisagens interiores que se deixavam vislumbrar na curva que no rosto o sorriso desenhava. - Bom dia! Desta vez, os olhos do moço procuraram lentamente a voz que o saudava, igualando a maçada de quem encontra um revisor, imóvel, ao alto, braço estendido. - Podes colocar o teu telemóvel no cesto, por favor? Despertou. - Sim, claro, desculpe! O professor continuou serenamente a recolha, parando em cada lugar, aguardando o modo sem som, só depois avançando. Sentia a responsabilidade das vidas assim recolhidas, abafadas, estagnadas, algumas em modo de avião. Sentia ainda os tremores, as vibrações protestantes. - Obrigado! - agradeceu, ao voltar