O pai ouviu o pedido, enquanto colocava na mesa a última colher junto ao prato da Teresa. Irradiava pela sala um aroma sorridente, onde a esperança conquistava sempre um novo alento. - O jantar está pronto! – ouviu novamente. E as palavras voltaram a percorrer o espaço à procura dos ouvintes derramados pelo sofá. Pouco depois, retirou da torradeira o pão estaladiço, concordando com Cesário, pois também achava aquele cheiro salutar e honesto . - O jantar está pronto! – exigiu a mãe, como quem faz um ultimato. Mas o silêncio continuou sossegado. - Podes ir chamá-los, por favor?! O pai abandonou então os alexandrinos realistas e procurou os filhos que permaneciam tranquilos, como se não houvesse mais ninguém à sua volta, como se o mundo terminasse no limite do sofá e a partir dali fosse o infinito, mares secretamente navegados! - O jantar está pronto! – repetiu. - Há sopa? – reagiu a mais nova. Ao aceno afirmativo opôs-se o exército desalinhado com dramáticas caretas. Era