Encontrei-te pela primeira vez no olhar! Fixei-te e pequenas ondas espantadas inundaram, nesse instante, as margens dos teus olhos, incapazes de impedir a alegria que percorreu depois os profundos caminhos do teu rosto… O meu corpo moldou a forma das tuas mãos, quando me pegaste e, num gesto sublime, me levantaste para além da tua altura… Foi aí que recolhi a marca do sonho e o sentido inefável da pertença! O caminho que depois apontaste tinha a vitalidade dos sulcos cuidados que desenhavas na terra. Era um bailado rigoroso, compassado, aprovado pelo suor que nunca recusaste… Eram linhas de uma dura narrativa de onde brotavam alegrias partilhadas… Que força te chamava naquelas noites frias? Que sonho te guiava naquele caminho por onde regressavas ao nascer do Sol? As mãos que me acolheram mostravam, nessas manhãs, sorrisos que me alimentavam. Um dia, trouxeste também a sacola onde reuni o aroma das esperanças encadernadas