A Clara aproximou-se do pai que permanecia concentrado na leitura de um livro que tinha aberto sobre a secretária. Trazia na mão o tablet e um protesto organizado pronto a irromper. - Sim, Clara! Também não tenho internet! – antecipou-se o pai. A menina acalmou as palavras amotinadas e já não permitiu que a boca lhes desse forma. Tinha percebido que o pai não queria ser incomodado naquele momento. Dava já meia volta, quando reparou na página que ele olhava fixamente. - O que é isso? - Um pergaminho. - Um pergaminho? – estranhou. - Um texto muito antigo. Este, por exemplo, já tem mil anos. E provavelmente foi escrito numa folha feita a partir da pele de um animal. A menina mostrou alguma resistência e não desistiu: - Uma história com cavaleiros e princesas presas numa torre vigiada por uma bruxa má? Por momentos, o pai pensou que devia dar o caso por encerrado. Mas, segundos depois, resolveu apoiar aquela curiosidade desafiante. - Sim – respondeu, certo de que a His