O Mateus estava entusiasmado com o golo que acabara de marcar. Abriu os braços e, por momentos, correu como se voasse, para melhor receber os aplausos. Parou mais à frente para dar corpo à dança que há muito ensaiava com dedicação. Articulava movimentos que o colocavam, por momentos, num sambódromo onde só ele parecia ter palco. De novo posicionou a bola para mais um remate. - Pai, queres ver? Vou bater um pênalti! Olha, estás a ver? E marcou o penálti, a grande penalidade, conseguindo que a bola entrasse num dos extremos da baliza. O rapaz não voou entre os centrais, mas, mais uma vez, abriu as asas e sorriu, para que todo o estádio o visse em grande plano, no ecrã gigante. E de novo a dança e de novo o grito: - Golaço! Que golaço! O pai sorriu e esperou alguns segundos para que o Mateus confirmasse que tinha assistido atentamente ao remate certeiro que acabara de fazer. Antes de entrar em casa, perguntou ainda: - Mateus, quem está a jogar à baliza? - Pai, estás a